Filipinas: Um País Que Te Encanta em Cada Detalhe
Introdução — Muito Além do Que os Olhos Podem Ver
As Filipinas são muitas. São tantas que parecem inumeráveis — mais de 7.000 ilhas, espalhadas entre mares de tons inacreditáveis, formações geológicas que desafiam o senso comum e comunidades que preservam tradições quase invisíveis ao turismo convencional. Mas, diferente do que você pode imaginar, o encanto desse arquipélago não está apenas na quantidade, no número ou nas estatísticas de beleza natural.
A verdadeira magia das Filipinas mora nos detalhes. Está na forma como a luz bate num arrozal ainda coberto de neblina ao amanhecer. Está na água doce de uma cachoeira que você encontra por acaso, depois de uma trilha estreita, onde crianças te acompanham sorrindo, descalças. Está naquele olhar tímido mas acolhedor do senhor que te oferece manga cortada com sal, sem cobrar, só para você experimentar como se come por lá. É assim — quase sem querer — que as Filipinas começam a te conquistar.
Para quem busca destinos exóticos para brasileiros, roteiros fora do convencional e experiências autênticas no Sudeste Asiático, esse país entrega tudo com generosidade, espontaneidade e calor humano. Ele não precisa chamar sua atenção. Ele te toca de forma sutil — e por isso mesmo, inesquecível.
1. El Nido, Palawan — Um Cenário Que Parece Sonho
Poucos lugares no mundo têm o poder de tirar o fôlego como El Nido. Localizado na ponta norte da ilha de Palawan, esse pedacinho de paraíso reúne as paisagens mais cinematográficas das Filipinas, dignas de capa de revista, pôster de escritório ou fundo de tela. Só que ali, elas são reais. E ainda melhores ao vivo.
Como Chegar e Quando Ir
Para quem chega do Brasil, o trajeto exige um pouco de paciência: é preciso voar até Manila ou Cebu, e de lá seguir para Puerto Princesa, a capital de Palawan. De Puerto Princesa até El Nido, você percorre cerca de 5 a 6 horas de van ou ônibus, em uma estrada que serpenteia entre montanhas e pequenos vilarejos.
A alta temporada vai de dezembro a maio — época seca, com céu limpo e mar calmo, ideal para navegação. Já de junho a novembro, as chuvas aparecem com mais frequência, mas em contrapartida, os preços são mais acessíveis, as multidões desaparecem, e o ambiente se torna ainda mais selvagem e introspectivo.
O Que Fazer em El Nido
1. Big Lagoon & Small Lagoon
Um dos pontos altos de qualquer visita. Imagine remar de caiaque por entre enormes paredões de calcário que se erguem verticalmente da água, criando corredores naturais que se abrem em lagoas de água esmeralda. O silêncio, o eco das aves, o som do remo na água — tudo isso cria um clima quase sagrado. Aqui, cada curva é uma surpresa, cada parada um convite para um mergulho solitário.
2. Secret Beach
Acessível apenas por barco e por uma fenda estreita nas rochas, essa praia é literalmente secreta. Você mergulha para atravessar uma espécie de portal natural e chega a uma enseada protegida, onde a areia branca contrasta com o mar mais verde que azul. É um lugar para sentar, ouvir as ondas e esquecer o mundo.
3. Snake Island
Essa ilha tem um banco de areia em formato de serpente que aparece ou desaparece conforme a maré. Caminhar sobre ele, descalço, com água dos dois lados e montanhas ao fundo, é como flutuar num sonho. É impossível não parar e tirar foto. Mas o melhor é fechar os olhos por um segundo e apenas sentir.
4. Passeio Privativo com Barqueiro
Esqueça os pacotes padronizados. Negocie com um barqueiro local um passeio sob medida. Vá ao amanhecer, remando devagar entre ilhas desertas, e peça para parar onde não há ninguém. Lá, a tripulação vai preparar um almoço simples, mas memorável: peixe fresco grelhado na hora, arroz com alho, uma salada de mamão verde e, claro, uma água de coco gelada direto da fruta. A combinação perfeita entre natureza e afeto.
5. A Bênção dos Curandeiros Locais
Em vilarejos de pescadores afastados, é possível viver uma das experiências espirituais mais marcantes das Filipinas. Inspirado em histórias como as de “Comer, Rezar, Amar”, você pode visitar curandeiros tradicionais (tambalan) que realizam pequenos rituais de proteção e bênção. Com folhas, flores, rezas em bisaya ou tagalog e fumaça de incenso natural, eles canalizam sabedoria ancestral para oferecer energia, limpeza espiritual e direcionamento. Não se trata de religião, mas de presença e intenção.
2. Coron, Palawan — Onde o Mergulho Encontra a Meditação
Coron fica ao norte de El Nido e, embora menos badalada, tem um apelo diferente: é profunda, misteriosa e infinitamente azul. Suas lagoas escondidas, nascentes termais e naufrágios tornaram o local um dos melhores destinos de mergulho do mundo.
Melhor Época
A temporada seca vai de novembro a maio, ideal para quem quer praticar mergulho com visibilidade de até 30 metros. A baixa temporada (junho a outubro) traz chuvas ocasionais e mar um pouco mais agitado, mas a vegetação fica vibrante e os passeios de barco se tornam mais introspectivos — ótimos para quem busca silêncio e contemplação.
O Que Viver em Coron
1. Naufrágios da Segunda Guerra Mundial
Imagine mergulhar em águas mornas e silenciosas e, de repente, ver surgir a silhueta de um navio naufragado — coberto por corais, rodeado por cardumes coloridos. O Tangat Wreck é um dos mais acessíveis, ideal para quem está começando. É mergulho, história e poesia ao mesmo tempo.
2. Kayangan Lake e Twin Lagoon
As águas mais puras e translúcidas de Palawan. Em Kayangan, você sobe por uma trilha curta e é recompensado com uma vista panorâmica de tirar o fôlego. As Twin Lagoons são conectadas por uma passagem submersa que pode ser atravessada mergulhando — uma aventura leve e mágica.
3. Fontes Termais de Maquinit
Depois de um dia de barco, não há experiência mais reconfortante do que sentar em uma piscina natural de água quente, cercada por manguezais e o som de grilos ao entardecer. É uma espécie de spa improvisado da natureza, onde o corpo relaxa e a mente silencia.
4. Observação de Estrelas
Algumas ilhas ao redor de Coron não têm eletricidade. Isso significa noites com céu limpo e estrelado como você nunca viu. Deite na areia, ou flutue na água morna, e observe a Via Láctea refletida no mar. Você não precisa entender de astronomia para sentir que aquilo é sagrado.
5. Curso de Mergulho "Batismo"
Nunca mergulhou? Coron é o lugar perfeito para começar. Em dois dias você faz o curso básico (Open Water Intro), treina em águas rasas e logo está explorando recifes vivos — com instrutores gentis e muito, muito cuidado.
3. Siquijor — Magia, Cura e Natureza Selvagem
Localização e Melhor Momento
Siquijor é uma ilha pequena, ao sudeste de Cebu e Negros. A melhor época para ir vai de março a maio, durante a estação seca. De junho a setembro, começam as chuvas, mas você ainda aproveita o clima místico e hospitaleiro da ilha.
O Que Viver por Lá
1.Cataratas de Cambugahay
Três quedas interligadas por piscinas naturais cristalinas. Com cordas de bambu para saltar, águas mornas e sombra de coqueiros, é o lugar ideal para passar a manhã entre escorregadas e risadas.
2.Cura com Curandeiros Locais (Mamboboks)
Em comunidades remotas, conhecidas por suas tradições espirituais, você pode ser abençoado por curandeiros que oferecem massagens com óleo de coco, rezas em bisaya e amuletos naturais. É uma experiência ritualística discreta, intensa e cercada por intenções de saúde e proteção — inspirada no tipo de busca espiritual presente em “Comer, Rezar, Amar”.
3.Balete Tree & Aquário de Peixes
Uma figueira antiga cujas raízes formam um tanquinho natural de peixinhos massageadores de pés. Ao descer a árvore com cuidado, você entra num spa aquático sem barulho de pranchas ou barulho humano.
4.Estrada Rural e Igrejas Coloniais
Alugue uma scooter e explore trilhas que levam a vilas silenciosas, capelas centenárias e mirantes sobre falésias. Cada esquina parece cenário de um diário de viagem.
5.Noite Mística com Violão
No píer da vila de San Juan ou Larena, artistas locais se reúnem para música acústica – vozes que ecoam histórias, oceanos que servem de trilha sonora, e lanternas suaves que acendem a noite.
4. Siargao — Surf, Liberdade e Comunidades Vibrantes
Quando Ir
Alta temporada (ondas grandes): setembro a novembro
Ótima para iniciantes e mais vazio: junho a agosto (ondas menores)
Evite dezembro a fevereiro devido a ventos e mar agitado.
Experiências Inesquecíveis
• Sugba Lagoon — Tranquilidade em Tonalidades Surreais
Remos ao amanhecer, silent boat, águas verdes-peroladas cercadas de coqueiros. Uma verdadeira cápsula de silêncio.
• Guyam, Daku e Naked Islands — Museu de Praias
Passeio de um dia com almoço de frutos do mar, redes sobre a areia e trocas com moradores que vendem artesanatos. Simplicidade total.
• Magpupungko — Piscinas de Pedra e Aquário Natural
Durante a maré baixa, formam-se piscinas quase privadas no meio do mar. O formato artístico e a textura das pedras fazem dessa praia uma obra de arte terrestre.
• Surf + Meditação + Yoga
Aulas de surf ao nascer do sol, seguidas de sessões de yoga na prancha — corpo em sintonia com mar, respiração e canto de pássaros.
• General Luna — Pôr do Sol com Gente Livre
Café com música ao vivo, cerveja gelada e camarão com toque local. Ideal para fechar o dia com alma leve e conversa solta.
5. Banaue & Batad — Terraços que Falam com a Alma
Quando Ir
Melhor (colheita verdejante): novembro a março
Período de plantio/início da seca: abril a maio — paisagens terrosas e secas, mas igualmente belas.
Vivências Imersivas
• Trekking até Batad
Trilhas íngremes e paisagens dramáticas levam a vilarejos esquecidos, onde a comunidade Ifugao oferece chá de arroz e boas-vindas coletivas.
• Homestay com Família Local
Jantar caseiro à fogueira, histórias contadas em balangkas e música Ibaloi — uma experiência autenticamente filipina.
• Sunrise Yoga nos Terraços
Pratique enquanto o sol nasce sobre camadas verdes. Paz, respiração profunda e conexão com história milenar.
• Música da Terra
Numa noite local, escute flautas de bambu, canções ancestrais e veja a lua nascer entre montanhas de arroz.
6.E a comida?
Falar das Filipinas sem falar da comida seria como visitar o país sem conversar com ninguém — simplesmente impensável. A culinária filipina é uma mistura fascinante de influências malaia, chinesa, espanhola e americana, filtradas por séculos de adaptação local e muito afeto. É caseira, rica, cheia de contrastes, e, acima de tudo, profundamente familiar. Comer por lá é como receber um abraço — de alho, arroz e caldo quente.
Em quase todas as refeições, você vai encontrar arroz branco como base, servido com carnes marinadas, legumes refogados, sopas ou molhos agridoces. Um prato clássico é o adobo, talvez o mais emblemático da culinária local. Pode ser feito com frango ou porco, cozido lentamente em vinagre, molho de soja, alho e louro. A combinação é agridoce, salgada e profundamente reconfortante — e cada casa tem sua própria versão.
Outro prato que você precisa provar é o sinigang: uma sopa agridoce feita com tamarindo, vegetais e carne ou frutos do mar. O sabor azedinho do caldo é surpreendente à primeira colherada, mas extremamente viciante. É o tipo de comida que aquece mesmo sob 30 graus.
Se tiver a chance de participar de uma festa local, é bem provável que você veja um lechon: um porco inteiro assado lentamente até a pele ficar crocante como vidro. O interior é temperado com ervas locais, alho e calamansi (um cítrico nativo), e servido em fatias com molho doce ou picante. É um prato de celebração, e um símbolo da generosidade filipina.
E claro, você não pode sair das Filipinas sem experimentar o halo-halo, a sobremesa mais doida (e deliciosa) que você vai conhecer: um copo generoso com gelo triturado, feijão doce, banana caramelizada, leite condensado, pedacinhos de gelatina, milho e, às vezes, até sorvete de ube (batata-doce roxa). Pode parecer estranho no começo, mas uma vez que os sabores se misturam, você entende o porquê de ser um clássico nacional.
Sim, a comida filipina pode parecer confusa à primeira vista. Mas esse é o charme dela. Ela não é linear, nem delicada. Ela é rica, honesta, acolhedora — como o próprio povo do país.
7.Dicas rápidas e práticas para brasileiros nas Filipinas
Visto: Brasileiros podem entrar nas Filipinas como turistas sem visto por até 30 dias. Basta apresentar passaporte válido e comprovante de saída (como uma passagem aérea).
Dinheiro: Leve dólares americanos para trocar por pesos filipinos. Evite depender exclusivamente de cartões, especialmente em ilhas menores, onde não há caixas eletrônicos.
Transporte: Prepare-se para trajetos combinando avião, balsa e van. Os voos domésticos são frequentes, mas os atrasos são comuns — leve na esportiva e sem estresse.
Idioma: Um alívio: praticamente todos falam inglês — das crianças aos motoristas de triciclo. Isso torna tudo mais fácil, da comunicação com locais até as negociações de preços.
Povo: O maior tesouro do país. Os filipinos são alegres, humildes, respeitosos e incrivelmente receptivos. Um sorriso genuíno abre portas em qualquer vilarejo — e eles têm muitos para oferecer.
As Filipinas não são para quem quer “ver tudo em pouco tempo”. Elas são para quem quer sentir tudo com calma. São para quem gosta de olhar o mar por horas, conversar com pescadores, mergulhar de cabeça (literalmente e metaforicamente), e voltar com sal na pele e leveza no peito.
Se você está montando seu próximo roteiro pelo Sudeste Asiático, não ignore esse arquipélago. Ele pode não estar nos Top 10 do Instagram. Mas ele vai marcar você por dentro.
As Filipinas são assim:
Stunning you with every detail. Encantando você em cada pequeno momento.
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