Turismo em Vilas Artesanais no Vietnã
Turismo de verdade não acontece em shoppings. Acontece no quintal de uma casa que cheira a arroz cozido, no barro moldado com mãos enrugadas, no silêncio de uma sala onde uma avó borda histórias.
Se você busca experiências autênticas no Vietnã, essas 10 vilas artesanais revelam o país em sua forma mais pura — longe do agito urbano, perto da alma vietnamita. São lugares onde tradição e tempo andam devagar, e cada produto é feito com memória, devoção e beleza.
Por que visitar vilas artesanais?
No Vietnã, o artesanato não é feito para turistas — ele nasce do cotidiano rural, passado de pais para filhos, moldado pelo tempo, pela fé e pela natureza. Visitar esses vilarejos é ver o Vietnã como ele é de verdade: com ritmo próprio, cheiro de bambu queimando, mãos que trabalham o barro, o papel, o linho, a seda.
Além disso, o turismo em vilas tradicionais vietnamitas gera renda direta para as famílias locais e ajuda a preservar técnicas ancestrais que correm o risco de desaparecer.
Bat Trang – A Vila da Cerâmica Viva (Hanói)
Localização: 15 km ao sul do centro de Hanói, às margens do rio Vermelho.
Melhor época para visitar: outubro a março — o clima é seco, com céu azul e temperaturas entre 18 e 25 °C, perfeito para caminhadas e experiências ao ar livre.
Bat Trang é onde o barro conta histórias. Fundada há mais de 700 anos, esta vila é o berço da cerâmica vietnamita — especialmente os azuis intensos e brancos puros usados em tigelas, vasos e estátuas.
Experiência imperdível:
Participe de uma oficina de torno com mestres ceramistas. Eles ensinam você a moldar sua própria peça — e você pode levá-la como lembrança.
Visite o Museu Bat Trang Heritage, interativo e moderno, onde é possível ver fornos antigos, técnicas de esmaltação e peças reais da época da dinastia Lê.
Perca-se nas vielas de ateliês familiares. São espaços simples, mas cheios de alma — e preços melhores que nas lojas de Hanói.
Dica local: termine a visita com um café com leite condensado num terraço com vista para os telhados de cerâmica.
Van Phuc – A Vila da Seda (Hanói)
Localização: Distrito de Ha Dong, cerca de 10 km do centro de Hanói.
Van Phuc é onde a seda ganha som, cor e alma. Aqui, o tear ainda canta como antigamente, e o tecido é tratado com reverência. Era aqui que se produzia a seda usada pela realeza da antiga corte imperial.
O que fazer:
Observe o processo completo da seda, do casulo ao fio, tingido com pigmentos naturais.
Compre lenços e vestidos feitos à mão, direto das oficinas — cada peça é diferente, com texturas e cores únicas.
Descubra pequenos cafés escondidos entre teares, onde se toma chá de jasmim com biscoitos de gergelim enquanto se vê os artesãos trabalhando.
Dica extra: leve um caderno para registrar sensações — o toque da seda, os sons dos teares e os sorrisos silenciosos dos mestres tecelões.
Duong Lam – Arquitetura e Doçura Rural (Hanói)
Localização: 45 km a oeste de Hanói, na zona rural de Son Tay.
Para quem busca: um ritmo mais lento, ideal para turismo sustentável no Vietnã, com tempo para respirar, conversar e absorver.
Duong Lam é um museu a céu aberto e uma das vilas mais antigas do Vietnã, famosa por suas casas de barro e madeira preservadas por mais de quatro séculos.
Atividades marcantes:
Ande de bicicleta por ruas de tijolos vermelhos, entre arrozais e poços comunitários usados até hoje.
Visite templos como o Mia Pagoda, do século XV, com estátuas de madeira raras.
Conheça uma família local e experimente o chá com mel fermentado e doces de arroz glutinado.
Hoi An – A Cidade das Lanternas e da Alfaiataria Viva (Vietnã Central)
Localização: Província de Quang Nam, litoral central do Vietnã
Melhor época: fevereiro a abril ou setembro a novembro — clima mais fresco e menos chuvas (média de 24–29 °C).
Hoi An é uma cidade que respira arte — e à noite, quando as lanternas coloridas se acendem e refletem no rio Thu Bon, parece que o tempo desacelera. Mais do que um cartão-postal, Hoi An é um centro vivo de artesanato tradicional.
O que fazer:
Participe de uma oficina de lanternas: você aprende a montar a estrutura de bambu, escolher o papel de seda e montar a sua própria peça iluminada.
Encomende roupas sob medida em alfaiatarias centenárias. Um vestido ou camisa feito em 24 horas, do jeito que você quiser.
Explore vilas artesanais ao redor: Thanh Ha, especializada em cerâmica manual, e Tra Que, onde hortas orgânicas abastecem a culinária local com folhas aromáticas.
Sugestão local: vá durante a Lua Cheia — as ruas da Cidade Antiga são fechadas para veículos, a iluminação elétrica é apagada e tudo fica à luz de velas e lanternas.
Cat Cat – A Alma Hmong nas Montanhas (Sapa, Norte do Vietnã)
Localização: Região montanhosa de Lao Cai, cerca de 2 km da cidade de Sapa
Clima: ameno quase o ano todo, mas ideal entre março e maio ou setembro e novembro, quando os arrozais estão verdes ou dourados.
Cat Cat é muito mais do que uma vila bonita — é um portal para o mundo Hmong. Lá, cada bordado carrega símbolos de proteção, amor, fertilidade. Cada roupa feita à mão é uma expressão de identidade cultural profunda.
Experiências imperdíveis:
Ver artesãs tingindo tecidos com índigo, usando folhas colhidas no entorno da vila.
Comprar roupas e bolsas bordadas à mão por mulheres Hmong — cada peça é única.
Caminhar pelas trilhas entre cachoeiras, campos de arroz em degraus e casas de madeira com telhados de colmo.
Para vivenciar de verdade: experimente se hospedar com uma família local em uma homestay, aprender palavras em hmong e comer milho grelhado com sal de ervas silvestres.
Clima: ameno quase o ano todo, mas ideal entre março e maio ou setembro e novembro, quando os arrozais estão verdes ou dourados.
Phuoc Tich – Cerâmica Ancestral e Jardins da Paz (Hue, Vietnã Central)
Localização: Província de Thua Thien Hue, às margens do Rio O Lau
Melhor época: janeiro a março, quando os jardins florescem e o clima é leve e fresco (média de 20–26 °C).
Phuoc Tich é quase um sussurro. Escondida entre jardins de frangipani e casas antigas de madeira, essa vila parece ter parado no tempo. A cerâmica aqui é feita sem esmalte, com formas delicadas e uma elegância terrosa que lembra arte japonesa.
O que fazer:
Visitar fornos de lenha ainda usados por famílias ceramistas.
Molde seu próprio vaso em argila avermelhada e leve para casa como lembrança com alma.
Caminhar entre casas-jardins de mais de 200 anos, declaradas patrimônio histórico.
Gastronomia local: chá de flor de lótus e bolos de arroz com recheio de feijão mungo cozidos no vapor — simples e delicados.
Patrimônios Mundiais do Vietnã
Thổ Hà – A Vila do Papel de Arroz (Bac Giang, Norte do Vietnã)
Localização: Província de Bac Giang, cerca de 50 km de Hanói
Melhor época para visitar: outubro a fevereiro, quando o clima seco favorece a produção e secagem ao ar livre (temperaturas entre 18 °C e 26 °C).
Imagine ruas inteiras forradas com folhas finíssimas de papel de arroz secando ao sol. Essa é a primeira imagem que encanta quem chega à vila de Thổ Hà. Aqui, o papel de arroz não é só ingrediente — é herança, é cotidiano, é arte.
O que fazer:
Acompanhe todo o processo de fabricação do bánh đa nem, do preparo da massa ao corte e secagem em ripas de bambu.
Prove pratos feitos com papel local, como rolinhos primavera frescos com ervas e carne grelhada.
Caminhe por ruas históricas com casas estreitas de três andares, construídas com tijolos e cerâmica.
Extra: A vila também é conhecida por sua cerâmica tradicional — visite os antigos fornos que datam do período feudal.
Sát Hành – Vila do Molho de Peixe Tradicional (Nam Dinh)
Localização: Província de Nam Dinh, litoral norte
Melhor época: janeiro a abril, quando a produção está em pleno vapor e o clima estável favorece o processo.
Você já ouviu falar do nước mắm, o molho de peixe fermentado que é o coração da cozinha vietnamita? Em Sát Hành, ele ainda é feito da maneira tradicional: peixe fresco + sal marinho + tempo. Só isso. E a complexidade do sabor é impressionante.
Atividades únicas:
Visite tanques de fermentação enormes, feitos de madeira, usados há décadas pela mesma família.
Aprenda sobre o processo de fermentação natural e a importância cultural do molho.
Prove diferentes estágios de envelhecimento — do mais suave ao mais forte.
Dica para os corajosos: leve uma garrafinha para casa. O aroma é intenso, mas o sabor transforma qualquer prato.
Thạch Thất – Vila do Bambu e Palitos de Hashi (perto de Hanói)
Localização: Distrito de Thạch Thất, 30 km a oeste de Hanói
Melhor época: novembro a março — clima seco e ideal para passeios ao ar livre e visitas a oficinas abertas.
Você já pensou de onde vêm os palitos que acompanham cada refeição no Vietnã? Thạch Thất é o berço da produção de hashis e outros utensílios de bambu — feitos à mão, com respeito à natureza e ao ritmo de cada peça.
O que fazer:
Acompanhar o processo artesanal: corte, secagem, polimento e embalagem dos palitos.
Participar de uma oficina simples, onde você pode gravar seu nome em um par de hashis como lembrança.
Conhecer outras utilidades do bambu: tigelas, cestos, até luminárias.
Curiosidade: os resíduos do bambu são reaproveitados como combustível para as casas da vila — um modelo de sustentabilidade que inspira.
Tân Châu – Seda Rara de Lótus no Delta do Mekong
Localização: Província de An Giang, Delta do Mekong
Melhor época para visitar: dezembro a abril — seca, céu limpo e acesso mais fácil às aldeias do Delta.
Tân Châu é um lugar silencioso — talvez porque se precise de muito silêncio para produzir algo tão delicado quanto a seda de lótus. Apenas algumas famílias dominam essa técnica, que exige milhares de caules de lótus para fazer um único lenço.
Experiência transformadora:
Observe o processo de extração dos fios, um a um, das hastes cortadas manualmente no amanhecer.
Converse com as mulheres que tecem, dia após dia, com paciência e precisão, em teares de madeira.
Compre lenços, echarpes e tecidos únicos, tingidos com cores naturais e vendidos diretamente pelos produtores.
Para além do artesanato: Faça um passeio de barco pelos canais do Mekong, passando por campos de lótus e casas flutuantes.
Por que essas vilas encantam?
Essas 10 vilas artesanais no Vietnã são muito mais do que destinos turísticos. Elas são portas de entrada para um Vietnã sensorial, onde se viaja com o tato, com o olfato e com o coração. Nelas, o turismo é troca: você vê, aprende e respeita. Você não apenas leva um objeto, mas leva uma história. E deixa uma parte de si também. Em tempos de turismo rápido e selfies apressadas, elas oferecem tempo, toque e troca.
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